Avançar para o conteúdo principal

Lista das Emoções em Ário Dídimo

 



LISTA DAS EMOÇÕES EM ÁRIO DÍDIMO[1]

 

1) APETITE (êpthimia): um desejo irracional. É formado por uma opinião de que alguma boa está se aproximando ou presente e é apropriado desejá-la.

·    Ira (orgé): apetite de vingança a alguém que parece ter agido injustamente, contrário ao que é apropriado.

·         Raiva (thymos): início da ira.

·         Fúria (cholos): transbordamento da ira.

·         Loucura (ménis): é a ira armazenada para amadurecer.

·         Rancor (kotos): é a ira esperando pela oportunidade de vingança.

·         Casos de ira (pikria): é a ira irronpendo no momento.

·         Casos violentos de amor erótico (eros de epibole): é uma ligação que decorre da exposição da beleza.

·         Ânsia (pothos): é um apetite em acordo com o amor erótico por alguém que está ausente.

·         Desejo melancólico (himeros): é um apetite pela companhia de um amigo ausente.

·         Casos de afeição pelo prazer (philedonia): apetite por prazeres.

·         Casos de afeição por saúde (philoploutia): apetite por saúde.

·         Casos de afeição por estima (philodoksia): apetite por opiniões.

2) PRAZER (hédoné): é uma expansão irracional. É formado por uma opinião de que há um bem presente e é apropriado sentir expansão.

·         Alegria pelo infortúneo alheio (epicherekakia): é o prazer no mal sofrido por outros.

·         Auto-gratificação (asmenismos): é o prazer no inesperado.

·         Charlatania (goetia): é o prazer na decepção visual.

3) MEDO (phobos): é uma recusa irracional. É formado por uma opinião de que uma coisa má está se aproximando e é apropriado evitá-la.

·         Hesitação (óknos): é o medo por uma atividade futura.

·         Angústia (agonía): é o medo da falha, da derrota.

·         Assombro (ekipléksis): é o medo de uma impressão não familiar.

·         Vergonha (eschyne): é o medo de perder a reputação.

·         Comoção (thorybos): é o medo junto com o alarido que nos incita

·         Superstição (disidemonía): é o medo dos deuses ou espíritos.

·         Pavor (déos): é o medo do terrível.

·         Terror (díma): é o medo da razão.

4) DOR (lypé): é uma contração irracional da alma. É formada por uma opinião recente de que há um mal presente e é apropriado sentir contração.

·         Inveja (Phthonos): é uma dor que ocorre quando algo bom acontece ao outro.

·         Ciúme ou inveja (Zelos): é uma dor que ocorre quando outra pessoa consegue o que você mesmo desejava. Também como uma bênção do que está faltando, e, como uma imitação do outro como sendo superior a si mesmo.

·         Rivalidade (Zelotypían): é uma dor que ocorre quando alguém tem o que você desejava.

·         Piedade (Eleon): é uma dor que ocorre pelo infortúnio do outro.

·         Luto (Penthos): é uma dor por uma morte prematura.

·         Pesar (Achthos): é uma dor tornando-se muito pesada.

·         Sofrimento (Achos): é uma dor a qual produz incapacidade de falar.

·         Aflição (Anían): é uma dor em acordo com o raciocínio.

·         Dor mental (Odynen): é uma dor que penetra em uma pessoa e a faz de lar.

·         Vexame (Asen): é uma dor de se debater.



[1] Arius Didymus, Epitome of Stoic Ethics. 10b-10d. Tradução do Grego para o inglês de Arthur J. Pomeroy.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

BUEL-BULE e EPICTETO

  Bule - Bule e Epicteto  Por Joelson Nascimento Antônio Ribeiro da Conceição , ou Bule-Bule, como é mais conhecido, é um músico, repentista, cordelista, cantador e poeta nascido em 22 de outubro de 1947 no município de Antônio Cardoso, Bahia. Mudou-se para Salvador, local onde veio a gravar pela primeira vez em 1979 num LP coletivo. Conseguiu lançar seis álbuns: Cantadores da Terra do Sol , Série Grandes Repentistas do Nordeste , A Fome e a Vontade de Comer , Só Não Deixei de Sambar , Repente não tem Fronteiras e Licutixo ; Quatro livros ( Bule Bule em Quatro Estações , Gotas de Sentimento , Um Punhado de Cultura Popular , Só Não Deixei de Sambar. Lançou também cerca de mais de 80 cordéis. No ano de 1993 recebeu o título de cidadão honorário da capital baiana, pela então prefeita Lídice da Mata ; em 2008 recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural  e m 2017 recebe a homenagem da Bienal Internacional do Livro do Ceará além do Prêmio Hangar de Música no Rio Grande do Norte ju

Ovídio e As Quatro Idades do Ser Humano

Ovídio e As Quatro Idades do Ser Humano                                                                                                                                                              Por Joelson Nascimento Antes de haver o mar e as terras e o céu que cobre tudo, a natureza inteira tinha a mesma aparência, chamada de Caos; massa bruta e informe, que não passava de um peso inerte, conjunto confuso das sementes das coisas. Nenhum Titã, ainda, oferecia luz ao mundo, nem Febe renovava constantemente o seu vulto, nem a Terra se sustentava por seu próprio peso, rodeada pelo ar, nem Anfitrite estendia os braços ao longo da Terra. A terra, o mar e o ar se confundiam, a terra era instável, os mares eram inavegáveis, o ar carecia de luz: coisa alguma ostentava a sua própria forma, umas coisas se opunham às outras, eis que, em um só corpo, o frio lutava com o calor, a umidade com a secura, o que era macio com o que era rígido, o que não tinha peso com o pesad o.   ( 1) O poema nos mo

Será que tudo depende de nós?

  Por Joelson Nascimento in   Socientifica.com.br     Começarei essa reflexão parafraseando algumas frases que tenho ouvido e lido ao longo de minha vida: ‘Tudo depende de você!’; ‘Seu destino, suas regras’; ‘O futuro é você quem faz’. Frases como essas carregam uma mensagem clara: tudo depende de nós. Por essa ideia parecer transferir-nos um poder divino, gostaria de refletir sobre suas consequências levantando algumas questões: será que tudo realmente depende de nós? Se sim, como resolver os conflitos? Se não, como ser responsáveis por nossas ações? Vamos trazer para nossa reflexão o filósofo estoico Epicteto:   “Das coisas existentes, algumas são encargos nossos; outras não. São encargos nossos o juízo, o impulso, o desejo, a repulsa – em suma: tudo quanto seja ação nossa. Não são encargos nossos o corpo, as posses, a reputação, os cargos públicos – em suma: tudo quanto não seja ação nossa. Por natureza, as coisas que são encargos nossos são livres, desobstruídas, sem entrav